Cupulate - chocolate de cupuaçu.

O cupulate é um alimento com gosto e textura semelhantes aos do chocolate.

A diferença em relação ao chocolate é que na fabricação do cupulate não é utilizado o cacau (Theobroma cacao) mas o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), fruta típica da Amazônia.

O cupulate foi o nome dado no Brasil pela Embrapa em 1990 ao chocolate feito de cupuaçu. Nos últimos anos, empresa Asahi Foods, do Japão, foi acusada de biopirataria e de utilizar indevidamente o termo "cupulate" por meio de processos em diversos países do mundo. Com esses processos, a empresa foi obrigada a desistir do uso ilegal do nome "cupuaçu" e do termo "cupulate".

 Matéria retirada do site noticias da amazônia 

O que antes era um subproduto sem valor e descartado pela indústria, passou a ser alvo de pesquisas iniciadas ainda na década de 80, pela pesquisadora Raimunda Fátima Ribeiro de Nazaré, da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, no Pára. Como resultado de quase uma década de estudos, em 1990 foi publicado o boletim de pesquisa “Processamento das sementes de cupuaçu para obtenção do cupulate”, demonstrando a possibilidade de fabricar o chocolate feito com as amêndoas de cupuaçu, o chamado “cupulate”.

O cupuaçu é um parente muito próximo do cacau. Com ele podem ser preparados sucos, sorvetes, doces, compotas, geléias, licor e o cupulate, que é um produto muito semelhante ao chocolate de cacau. Seu valor nutritivo, sabor, textura, odor e aparência, além de semelhantes ao derivado do cacau, conferem ao produto propriedades industriais muito parecidas.

Natural da Amazônia

A fruta cupuaçu (Theobroma grandiflorum) ocorre de forma espontânea, segundo o pesquisador do laboratório de Agroindústria da Embrapa Oriental, Marcus Vasconcelos, nos estados da Amazônia Oriental Brasileira, que inclui Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, exceto os integrantes do Pantanal mato-grossense. O estado do Pará é o maior produtor de cupuaçu, segundo o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura do Estado do Pará, Geraldo Tavares. Só em 2007 foram produzidas quase 40mil toneladas do fruto. 

Como se faz o cupulate

O processo de obtenção do cupulate começa na seleção dos melhores frutos que serão despolpados de forma higiênica (com aproveitamento adequado da polpa). A fase de fermentação e secagem é chamada de “pré-processamento”, onde as sementes são fermentadas em montes, caixas ou sacos e depois secas.

Após o processo de fermentação as sementes são denominadas amêndoas, que são secas até aproximadamente 7% do teor de umidade. Da secagem em diante já é realizado o processamento do material onde as amêndoas secas podem ser torradas com o tegumento ou ter o mesmo retirado e, após o procedimento, sofrer processo de torração.

As amêndoas inteiras são fragmentadas. O resultado, chamado nibs, é  torrado e então esmagado para obtenção do “liquor” do cupuaçu ou então tem a gordura extraída dando origem ao cupulate branco (obtido com a gordura do cupuaçu). Segundo Marcus Vasconcelos, cada fabricante pode desenvolver sua formulação a partir do liquor do cupuaçu ou da massa desengordurada da fruta.

Dificuldades de industrialização

Segundo o pesquisador Marcus, ainda não há conhecimento de que alguma indústria produza o cupulate. A aceitação pelas indústrias não foi satisfatória, pois o grande complicador na popularização do produto foi inserí-lo na mesma linha que o chocolate, sem trabalhar no aumento da produção do cupuaçu. “Sem matéria-prima a indústria não garante a produção constante e o consumidor fica sem o produto “queimando o produto” no mercado”, afirma Marcus.

Para o engenheiro agrônomo, Geraldo Tavares, existe uma pequena produção artesanal do cupulate no Pará, mas nenhuma indústria ainda. Para ele, mais que aumentar a produção é necessário investir na tecnologia de máquinas que processem o cupulate. Outro fator que impede o crescimento da produção é a doença “vassoura-de-bruxa”, mas que, segundo ele, já é alvo de ações da Secretaria para acabar com a praga e assim aumentar a produção nos próximos anos .  

Pesquisas

Os estudos realizados na Embrapa Amazônia Oriental, com apoio da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), foram conduzidos com foco na fermentação e secagem entre os anos de 2005 e 2007, mas pararam. Existe ainda uma pesquisa na Embrapa de São Carlos, São Paulo, sobre o desenvolvimento de uma máquina para auxiliar no pré-processamento do cupulate, mas ainda não existe um produto final.

A Embrapa Oriental lançou o produto, mas outros institutos de pesquisas como a USP, Unicamp e Inpa também desenvolveram pesquisas para melhorar o processo de obtenção do cupulate. Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, por exemplo, foi desenvolvida uma pesquisa que comprovou que o cupulate é um produto de grande potencial. Segundo o estudo, o preço da gordura do cupuaçu, que entra na formulação do chocolate, custa cerca de um terço da gordura do cacau.

Já na Unicamp, os pesquisadores trabalharam na otimização dos processos de fermentação, torração, temperagem e na caracterização físico-química e organoléptica da manteiga tanto do cupuaçu, como de outros espécies deTheobroma.

Segundo as pesquisas da Embrapa, para cada tonelada de sementes frescas de cupuaçu, é obtido 180 kg de cupulate e 135 kg de manteiga, que é usada na formulação do produto em tabletes. A gordura extraída das sementes tem larga aplicação na indústria de cosméticos.

Polêmica

Há alguns anos a patente da marca do cupulate gerou polêmica. Tudo começou quando, em 1990, foi solicitado pela Embrapa o primeiro pedido de patente, ainda sob a ótica da antiga lei brasileira de propriedade intelectual. Com a nova lei, em 1997, a Embrapa desistiu do primeiro pedido de patente e depositou outra solicitação, que segundo a instituição, foi bastante divulgada na imprensa científica. No ano de 2000 a empresa japonesa Asahi Foods registrou a marca cupuaçu no Japão, Estados Unidos e na Europa. Já em 2003, ela também  pediu a patente do cupulate.  A disputa entre a Embrapa e a Asahi Foods foi parar na Justiça.

Depois de muita discussão, em 2004, o departamento do governo japonês, responsável pelo registro de patentes, recusou o pedido da empresa Asahi Foods para o processo de obtenção do cupulate. O órgão acatou o pedido da Embrapa reivindicando a autoria do processo e atestou que o privilégio da invenção foi da instituição brasileira. Em maio deste ano, o presidente Lula sancionou a lei que estabelece o produto como fruta nacional. 

EUnão sei se é bom, gostoso nada disso, tô procurando na web mais informações. E até sobre calorias e beneficios. 

A Natura lançou na linha Ekos o sabonete de Cupulate (na época da páscoa), deixando a concorrência fora dessa mercado. Confiram a foto é de dar água na boca, pena que é sabonete.